Aqui fica a segunda parte das favoritas da editora de fotografia: os instantâneos que nunca chegaram a entrar no livro. O texto é da própria.
- Tiro na Feira Popular
A
Feira Popular mudou algumas vezes de sítio até abrir portas em Entrecampos.
Esta imagem mostra um dos divertimentos possíveis: o tiro ao alvo. O olhar da
mulher numa direcção e as espingardas que apontam no sentido contrário
criam uma tensão que transparece e toma
conta de toda a cena.
- Ponte sobre o Tejo
Içar
as estruturas pesadas da Ponte sobre o Tejo com os meios disponíveis era uma
verdadeira prova de esforço e perícia. Na altura, existiam muitos concursos de
construções com fósforos e a ponte era um dos temas mais representados. Sempre
que olho para esta imagem imagino que o emaranhado de ferros não passa de uma dessas
estruturas de um desses concursos.
- TV na leitaria
A
televisão era um luxo de poucos. As pessoas juntavam-se nas leitarias para
assistir às notícias ou aos jogos de futebol. O comércio garantia assim o
sustento e o convívio entre a vizinhança. Gosto sobretudo do contraste entre as
pessoas alegres na primeira fila e os jovens sisudos que se sentam um pouco
atrás.
- Concerto de Johnny Halliday
Jovens
vestidas com tons escuros e cabelos eriçados com muita laca e secador dançam
freneticamente ao som do muito aguardado concerto de Johnny Halliday. Nem
sempre essa diversão é bem vista. Na foto, vemos a contenção dessa rebeldia por
parte da polícia. Uma linha de agentes muito marcada que separa os espectadores
do palco.
- Mini-golf nos Olivais
O
bairro dos Olivais foi construído segundo os padrões modernos. Construções em
altura e com todas as comodidades que garantiam uma vivência urbana agradável.
Para além da piscina havia sauna pública e mini-golfe. Aqui vemos um casal que
se diverte no novo bairro, uma imagem que poderíamos mais rapidamente associar
a um subúrbio americano do que à realidade lisboeta.
Biografia
Chamo-me Ágata e moro em Lisboa com duas gatas e um bípede.
Sou licenciada em História de Arte - o mesmo é dizer que passei quatro anos numa sala às escuras cheia de gente vestida a ver gente despida projectada na parede.
Durante três anos fui coordenadora da secção de fotografia de um jornal que não voa com o vento, oi. Actualmente, continuo a colaborar com o jornal tanto em texto como em imagem. Para além, disso escrevo textos comerciais para uma empresa americana e faço pesquisa e edição de fotografia para livros.
Portfólio
http://cargocollective.com/
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